Não Odeiem o Trump: O Fim da USAID e o Despertar de Moçambique
Nos últimos dias, o mundo foi surpreendido por uma reestruturação radical da USAID – a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional. Sob a liderança do recém-criado Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), encabeçado por Elon Musk e vinculado diretamente ao gabinete do presidente Donald Trump, a medida promete cortar gastos e "enxugar" estruturas vistas como ineficientes.
Mas esse corte tem um preço. Países como Moçambique, historicamente dependentes da assistência da USAID para programas vitais em saúde, segurança alimentar e educação, estão entre os mais atingidos.
📉 O impacto para Moçambique
Durante anos, a USAID financiou projetos cruciais de combate ao HIV/SIDA, malária, tuberculose, além de apoiar escolas, agricultura e nutrição comunitária. O seu desmantelamento repentino coloca em risco iniciativas que salvam vidas e garantem o mínimo para milhões de moçambicanos.
Contudo, este cenário, por mais preocupante que pareça, também abre espaço para uma reflexão profunda: como construir um futuro com menos dependência externa e mais protagonismo nacional?
💡 1. Diversificar fontes de apoio internacional
O fim da USAID não significa o fim da ajuda externa. Ainda há apoio vindo da União Europeia, Nações Unidas, China, países árabes e diversas fundações privadas. O desafio agora é fortalecer a diplomacia econômica, negociar novos acordos e criar alianças mais estratégicas para continuar os projetos que já vinham sendo implementados.
🌱 2. Redescobrir o potencial interno
A crise evidencia algo importante: precisamos olhar mais para dentro. Moçambique é rico em recursos naturais, tem solo fértil, juventude criativa e setores que só precisam de apoio inteligente para deslanchar. Este é o momento de investir em soluções locais, incentivar a agricultura sustentável, a produção nacional e a inovação tecnológica.
🤝 3. Parcerias com o setor privado e ONGs locais
Mesmo com a saída da USAID, outras instituições podem e devem continuar o trabalho. ONGs locais podem buscar financiamento coletivo (crowdfunding), cooperação com países africanos vizinhos e parcerias com empresas privadas. As empresas nacionais também precisam se engajar mais na responsabilidade social.
🧠 4. Mudar a mentalidade: de dependência para autonomia
O mais importante talvez seja a mudança de mindset. Durante muito tempo, acostumamo-nos a depender da boa vontade de nações ricas. Mas a realidade global está mudando, e precisamos mudar com ela. Autonomia, criatividade e inovação devem guiar o nosso desenvolvimento.
🔍 Não é sobre Trump, é sobre estratégia
Pode ser fácil culpar Trump ou Musk por decisões como essa. Mas a verdade é que a política internacional não se move por afetos, e sim por interesses. Os EUA tomaram uma decisão estratégica baseada em sua agenda interna. Não é pessoal. É geopolítico.
Então, em vez de alimentar ressentimentos, é hora de olhar para o que Moçambique pode fazer com os recursos que tem, com o povo que tem, com a força que já demonstrou em muitos outros momentos difíceis.
📖 Hora de virar a página
O fim da era USAID não precisa ser um luto nacional. Pode ser o início de um novo capítulo. Um capítulo onde Moçambique assume as rédeas do seu destino com coragem, criatividade e independência.
Já vencemos guerras, secas, ciclones, pandemias e crises econômicas. Por que não vencer também essa?
As lágrimas podem cair — mas que não durem para sempre. Porque o que o momento exige é ação, visão e resiliência.
